Diretor da EP Raimundo Saraiva Coelho (RSC) começou a vida como peão de fábrica e tem hoje consolidada carreira profissional.
2º A - Edificações (2022)
Antônio de Queiroz, com formação e pós-graduação em História, em Gestão e Política Cultural e outra em Gestão escolar (importante para ser diretor, detalha), é também músico, produtor musical e concurseiro. Trabalhou com arte, cultura, teatro e, durante uns 15 anos, no ramo musical. Ele conta que nesse período, aprendeu a tocar vários instrumentos como guitarra, bateria, baixo e se especializou em Contrabaixo.
Entusiasmado, o diretor conta, ainda, que passou um tempo na produção musical do Centro Cultural do Banco do Nordeste, e, posteriormente, indo para o SESC- Serviço Social do Comércio – assumir a função de gestor cultural. Já bastante experiente, trabalhou também na Secretaria de Cultura do Crato-Ce. Para ampliar mais ainda seus conhecimentos, Queiroz relata que fez uma pós-graduação na Espanha, sendo, na época, um dos poucos brasileiros a fazer esse curso desbancando concorrentes de toda a América Latina.
Vindo de uma família com pouca instrução escolar, sendo seu pai analfabeto e sua mãe com pouco tempo de estudo, o competente gestor conta que passou por tempos difíceis. Por imposição paterna, teve de sair de casa aos 17 anos indo morar em outros estados, como São Paulo e Pernambuco, sem tempo para estudar, relata que chegou abandonar por 10 anos a escola.
Todavia, felizmente, o dedicado e obstinado professor, nunca desistiu dos seus sonhos, ingressando na sua primeira faculdade, já aos 28 anos de idade Ele relembra que, na época, tinha de conciliar estudos e trabalhar e, às vezes, não tinha tempo nem para dormir. E, hoje, é o único com formação superior da família. “A faculdade me deu muitas oportunidades, abriu muitos caminhos e mais graduações, experiências e conhecimentos”. E assim, aos poucos, foi deixando a música e entrou no campo da gestão e administração.
Ao ser perguntado sobre a atual profissão – diretor escolar – o professor Antônio conta que suas maiores dificuldades na gestão é a excessiva responsabilidade que tem, pois na maioria das vezes, “é culpado por tudo que acontece”, brinca. “Desde uma torneira quebrada, até um aluno fazendo algo errado, tudo é culpa da gestão”! Mas, com experiência e muito estudo, sobretudo da legislação, agora para concursos públicos, ele “tira isso de letra” (grifo nosso) e mostra que quando vai resolver algum problema, usa sempre esse conhecimento legal como base, pois é a lei quem dita como e o que ele deve fazer nesses casos.
Sobre suas maiores realizações pessoal e profissional, Antônio nos conta, orgulhoso, que, certamente, é ser pai de três filhas, além de passar naquele vestibular lá no início, depois de um tempo sem estudar e, recentemente, aos 48 anos ser aprovado em 4 concursos públicos, apesar da rotina exaustiva.
Todas essas conquistas do professor Antônio servem de exemplo para seus alunos no RSC. Ele exalta que o estudo e a determinação são importantes para alcançar os nossos objetivos, mesmo que demore muito tempo, há uma vida inteira ainda pela frente.
Quais suas expectativas para o seu futuro – questionamos. O estudioso professor afirma que continuará estudando para concursos e que, se possível, conciliar isso com sua vida atual e com o que futuramente vier. Isso porque a rotina na diretoria é desafiadora, pois tem que, majoritariamente, lidar com problemas e pensar em estratégias para resolvê-las num prazo curto. E sempre entender de tudo um pouco, para resolver as dificuldades que aparecerem.
Que dica o Srº daria para os alunos do RSC levarem para a vida? “Estudem! Pois o estudo é a base de tudo, e abre portas para sua vida. Escolha uma universidade que dê dinheiro, e senão, faça um concurso público para lhe garantir renda estável e que você possa estudar e fazer o que gosta.”
É bastante comum os alunos se sentirem desmotivados. Como manter-se motivado? Antônio fala que não tem como estar motivado 100% do tempo devido as adversidades. Então, fundamental traçar objetivos, transformar os problemas em metas, e é isso que mantém uma pessoa no caminho de conseguir aquilo que ela sonha, mesmo que ela não esteja motivada. “A motivação é passageira e não te mantém no seu objetivo se você depender só dela...”
Sobre sua personalidade e estilo... ele diz que no passado, sempre teve um estilo mais “metaleiro” usava alargadores, colares e pulseiras, cabelo comprido e roupas casuais, como camiseta e shorts. Porém, teve que mudar seu estilo quando entrou na área da educação, certo que ainda possui lembranças desse tempo como suas tatuagens, que pretende ter mais delas no futuro.
Acompanhe a entrevista na íntegra, abaixo, em podcast: